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Espera-se que o segmento global do crowdfunding alcance um valor total de 300 bilhões até 2025, e não é surpreendente que muitos bancos e instituições financeiras estejam começando a formar planos de contingência para reagir às movimentações do mercado global. Somente nos Estados Unidos, o equity crowdfunding pulou de 438 milhões para 662 milhões no período de um ano (2014-2015), demonstrando assim a taxa de crescimento astronômica e potencialmente alarmante (para bancos/instituições) da indústria.
Mas, qual seria a ameaça potencial do equity crowdfunding para os grandes bancos e instituições? Resposta: Têm o potencial de tirar eles do processo permitindo que as pessoas invistam dinheiro diretamente num projeto sem intermediações financeiras. Ainda mais, a natureza democrática do equity crowdfunding constitui uma ameaça potencial para o tradicional mercado de capitais de risco, uma indústria que tradicionalmente se baseou em indivíduos de alta renda que investiam em projetos numa fase inicial - investimentos de pessoas não credenciadas são mais frequentes e fáceis de se obter, então porque se-complicar com os procedimentos complexos e exortações cansativas associadas ao capitalismo financeiro?
A través da implementação da lei Title III of the US JOBS Act (a abertura do equity crowdfunding para investidores não credenciados), mas de 300 milhões de Norte-Americanos obterão acesso ao mundo do investimento em capitais próprios, um universo que no passado somente era restrito ao 1% mais rico do país, o que representava um número de 8 milhões de pessoas. O incremento enorme no número de investidores potenciais incorpora a ética geral do crowdfunding: abrir o mercado para mais pessoas que nunca antes, e tirar o poder dos investidores ou credores institucionais.
Obviamente isso vem causando dores de cabeça para os bancos e para o mercado de capitais tradicional. Até o momento os bancos não tem sido ágeis para se adaptar, deixando o espaço para as plataformas de equity crowdfunding, com uma oferta de opções online, mais rápidas e fáceis na hora de investir. Ryan Caldbeck da revista Forbes sugere que o mercado global de investimentos tem estado pronto para uma movimentação durante anos, salientando que as bases online do equity crowdfunding constituem uma perfeita oportunidade. Ryan destaca que as instituições financeiras tradicionais offline não podem concorrer com a eficiência continua da internet moderna - como diz Ryan: “ A internet não trata aos intermediários offline muito bem. Os guardiões que extraem um pedágio para entesourar informação acabam sendo afastados na medida em que os clientes ficam empoderados com os dados e as ferramentas que precisam para decidir por si mesmos”. Esse é o alvo mais importante no crowdfunding: empoderar o usuário e não à instituição.
Pareceria que os bancos tem duas opções: se unir ao equity crowdfunding, ou resistí-lo. Enquanto a maioria dos bancos tem permanecido bastante quietos em relação com o assunto até agora, alguns tem optado por trabalhar junto com as plataformas de crowdfunding para oferecer mais opções para seus clientes. Por exemplo, Santander UK tem planos para redirecionar seus clientes para uma plataforma de equity crowdfunding chamada Funding Circle caso eles não cumprimentem os requerimentos necessários para um empréstimo padrão para um startup. Talvez esse tipo de acordo seja o começo de um relacionamento simbiótico e vantajoso entre os bancos e as plataformas de crowdfunding - mas isso, claro, ainda deve acontecer.
Como acontece com muitas ideias novas, a legislação será o maior empecilho para o crescimento do equity crowdfunding: monitorar o progresso e a velocidade da legislação em torno as novas ideias é frequentemente um bom indicador do sucesso que elas terão no futuro. A lei Title III of the JOBS ACT (mencionada anteriormente) é um passo promissório para o estabelecimento de uma versão mais democrática do investimento de capitais global. Entretanto, alguns tem criticado o ato por não ser suficientemente abrangente; por exemplo, Alejandro Cremados, Presidente e Co- Fundador do OneVest, destacou numa carta aberta que o limite nos investimentos de investidores não certificados e os custos de um redirecionamento invasivo do SEC tornará o equity crowdfunding numa opção pouco atraente para a maioria das empresas startup; isto é, elas terão que voltar para modelos de captação de recursos tradicionais, sujeitos aos requerimentos estritos para empréstimos institucionais surgidos após a recessão, normalmente quase impossíveis de cumprimentar (um exemplo disso e o fato que até Janeiro de 2014 os grandes bancos rejeitaram quase 80% das solicitações). Então aqui, aparentemente, o equity crowdfunding estaria encontrando uma certa resistência ainda nos níveis governamentais.
A extensão do efeito do equity crowdfunding no mercado financeiro global ainda não foi totalmente avaliado, porém, com o crescimento a taxas exponenciais da indústria, não seria impossível sugerir que poderíamos ver emergir um sistema global totalmente novo nos próximos anos.
por Bricksave CEO, Tom de Lucy
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