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Desde o início de 2017, a América Latina começou a experimentar uma recuperação cíclica de crescimento que se manifestou através de melhores condições pós-recessão no Brasil, onde o crescimento vem se recuperando desde 2016, apesar do mercado reduzir a previsão de crescimento do PIB em 2018.
As perspectivas de aceleração do crescimento regional estão baseadas no aumento do consumo privado e no investimento, que se traduzem em maior nível de confiança e condições financeiras mundiais que anunciam um bom futuro. Com isto em mente, decidimos analisar algumas das principais tendências que alguém pode esperar na América Latina nos próximos anos.
Ainda que a contração do investimento fixo na região continua por quarto ano consecutivo em 2017, principalmente devido à incerteza política, agora está melhorando. O crescimento do investimento tem sido positivo nos últimos trimestres em algumas economias importantes, incluindo as da Argentina e do Peru.
Fontes: Haver Analytics, World Bank
O Banco Mundial espera que o crescimento aumente na América Latina em torno a 1,7% em 2018. A recuperação depois da contração em 2016 se deveu principalmente à saída da recessão das duas principais economias regionais (Brasil e Argentina). No futuro, antecipamos que o crescimento na América do Sul virá, em grande medida, do setor externo (com melhores condições comerciais e a crescente demanda global), como também do impulso do investimento público e privado em países como Argentina e Colômbia.
Algumas das primeiras empresas de capital de risco estabelecidas na região, tais como NXTP Labs na Argentina e Vox Capital no Brasil, facilitaram o caminho para que outros encontrem o sucesso. Em uma região que, de modo tradicional, é muito avessa ao risco e tende a condenar o fracasso, estas empresas se arriscaram em empreendimentos em etapas iniciais muito antes que outros.
Estas empresas de capital de risco, pioneiras na região, enfrentaram muitos desafios. Primeiro, tiveram que educar e desenvolver as expectativas dos empresários locais para que percebessem que a América Latina não é Silicon Valley e não conta com um fácil acesso ao capital de risco e valorações ao estilo dos EUA. Porém, seus sucessos e fracassos serviram para estimular outras empresas entrarem ao mercado latino-americano.
À medida que o ecossistema de startups evoluiu na América Latina, o fluxo e a facilidade de fazer negócios em etapas iniciais melhorou significativamente e fomentou mais investimentos na região. Um olhar às tendências de investimento a cinco anos, na América Latina, revelou que os investidores haviam fechado negócios pelo valor de $ 2,3 bilhões, segundo a Associação Latino-Americana de Capital de Risco (LAVCA).
Nos últimos anos, também começamos a ver como as startups, apoiadas por VC (Capital de Risco) começam a retribuir à comunidade e a participar como investidores, seja como sócios "estimuladores" ou comanditários para os fundos.
As startups estão transformando todos os setores da economia, porém o principal setor da América Latina que está experimentando a maior mudança é a indústria bancária tradicional. Devido a que ainda há uma população não bancarizada tão grande na região, as startups, em fintech, estão encontrando muitas oportunidades para ter sucesso.
Segundo a Finovista, o número de startups de fintech na região superou, recentemente, o número 1.000. Os sócios estratégicos em negócios tradicionais, junto com a aprovação regulatória do governo, assim como o financiamento de etapas iniciais, são necessários para escalar estas empresas tanto ao nível local como global, e os investidores estão interessados.
O número de acordos de capital de risco na América Latina alcançou um recorde de 197, em 2016. Enquanto o Brasil liderou a região em capital investido com US$ 279 milhões, o México registrou a maior quantidade de acordos de capital de risco pela primeira vez, com 73 transações. Os investidores globais de risco e de crescimento, tais como Andreessen Horowitz, TPG Growth, Accel e Sequoia, participaram em novas rondas dedicadas a startups de tecnologia na América Latina no último ano.
La Asociación Latinoamericana de Capital de Riesgo (LAVCA) mostró que las startups en el sector fintech recibieron más inversión en 2015 que cualquier otro sector de startups en la región, acumulando casi el 30 por ciento de la inversión total del sector de IT en dicho año, y el 40 por ciento en la primera mitad de 2016.
A Finovista afirma que foi testemunha de como as startups de fintech deram forma aos serviços financeiros na região e reconheceu que estas empresas não podem escalar por si mesmas. O Google selecionou, recentemente, mais de uma dúzia de startups latino-americanas para seu programa Launchpad Accelerator, cujo objetivo é ajudar as startups locais a alcançarem seu máximo potencial, aproveitando o alcance e os recursos globais da Google.
Não faz muito tempo que os capitalistas de risco centralizaram seus esforços em outras partes, e as startups latino-americanas tiveram pouco ou nenhum acesso ao financiamento inicial para suas empresas. Porém, à medida que as atitudes vão se modificando, e tanto as organizações quanto os governos começam a promover os ecossistemas empresariais em toda a região, as oportunidades de investimento e a atividade nas startups na América Latina continuam aumentando.
As histórias de sucesso como Properati e Afluenta mostram que podem haver lançamentos e que se pode empreender com associações internacionais. É provável que este segmento continue crescendo de modo significativo.
Os acordos que são classificados como investimentos de impacto ainda representam um pequeno segmento dentro do maior alcance do capital privado na América Latina; em 2016, foram investidos US$ 48 milhões por meio de 23 acordos de impacto, em comparação com US$ 33 milhões e 17 transações em 2015.
No entanto, a LAVCA observa uma superposição cada vez maior entre os investidores tradicionais e os de impacto focalizados na inclusão financeira, a educação e a saúde (de forma notável, Dr. Consulta, uma startup brasileira respaldada pela KaszeK Ventures e LGT Venture Philanthropy).
A empresa Global PE Partners Group financiou a Partners Group Impact Investments como uma estratégia em separado, com a América Latina como mercado prioritário.
Os sites de Crowdfunding estão permitindo que as pessoas comecem a investir em indústrias que, de outra maneira, somente seriam acessíveis para os latino-americanos mais ricos. Os sites de empréstimos entre pares, como o Afluenta, e os portais de investimento imobiliário como Bricksave, permitem que os investidores invistam em uma ampla gama de produtos além das fronteiras internacionais, de uma forma que nunca antes foi vista.
Pela primeira vez, a classe média em crescimento está acessando investimentos que eram habituais nos EUA e na Europa já há algum tempo. Isso permite às pessoas investirem e pouparem para seu futuro como nunca antes e, em última instância, ajudará a reduzir a desigualdade da distribuição da renda em toda a região.
Esta maior transparência e democratização, que agora está disponível através da tecnologia, é positiva para os investidores e ajudará a que uma das áreas de investimento mais interessantes cresça ainda mais nos próximos anos.
O investimento está associado a riscos, incluindo a perda de capital e a falta de liquidez. Leia nossa Advertência de Riscos antes de investir.